É este o novo PS? Com fascismo?

Renato Sampaio, deputado e líder do PS/Porto, junto com outros subscritores não especificados no artigo, pretende mandar sobre mais uma coisa que pessoas adultas decidem fazer ou deixar de fazer com o seu corpo.

Isto é fascismo. Faço uma tradução não oficial do poema First they came… de Martin Niemöller, que expressa bem porque é que eu apelo a todos os deputados da nossa Assembleia da República, e a todos os meus concidadãos, que rejeitem e humilhem estas tristes criaturas do fascismo:

Na Alemanha, eles vieram buscar primeiro os Comunistas, E eu não reagi porque não era um Comunista;

E depois vieram buscar os sindicalistas, E eu não reagi porque não era um sindicalista;

E depois vieram buscar os Judeus, E eu não reagi porque não era um Judeu;

E depois… vieram buscar-me… E por essa altura já não havia ninguém para reagir.

A alusão é clara. Eu não uso piercings, mas:

  • sou capaz de concordar com limitações a alterações permanentes feitas a menores que, apenas oficialmente pois embora haja excepções normalmente não sabem melhor, e não há uma fronteira bem definida de quando se passa a saber;
  • concordo absolutamente que os estabelecimentos devem ter um enquadramento legal por questões de saúde pública;

…mas sou absolutamente contra a leis fascistas que roubam direitos civis, e que tornam em malfeitores os cidadãos honestos e maiores de idade que desejam ter um piercing seja onde for no seu corpo, porque motivo for.

“Chafaricas”, “Pseudo-Responsáveis” e Direitos do Consumidor

Comprei um player de MP3/Ogg (SanDisk Sansa e260, 4GB+slot microSD) na PixMania com que me tenho sentido bastante satisfeito, mas teve um problema de LCD spill. Já passava 1 mês da compra pelo que activei a minha compra tranquila para obter a devolução, e tratei de encomendar um novo para sua substituição. Assim que chegou, fui lá entregar o antigo e pegar no novo.

Mal chego ao emprego e desembalo o novo para o por a carregar a bateria e encher de música noto, mal tiro o autocolante protector, que o écrã está todo riscado, ao ponto de até se notar com uma unha. Pelo jeito dos traços, ou foi “limpo” com um pano cheio de grãos de areia, ou algum funcionário que não levou o aumento desejado andou a riscar écrãs.

Envio logo um email para a PixMania para que provisionem um aparelho de substituição, mas só obtenho uma auto resposta a direccionar-me para o site, para devolução de “Compra Tranquila”, que não pretendia desperdiçar uma vez que se tratava de um defeito de fabrico.

Quando finalmente consigo ir à loja, recusam-se a fazer uma célere troca do equipamento, alegando que como ainda está nos 14 dias tem de ir à central em França, e depois é que decidem. Bom… se demorou quase duas semanas a enviarem-me a devolução do dinheiro do velho, estou mesmo a ver quanto tempo vou ficar sem nenhum…

Chamo à atenção que não pode ser, porque a lei diz que nos primeiros 30 dias, em caso de dano de origem (Artigo 12º), à escolha do consumidor têm de devolver o dinheiro, trocar o equipamento por outro igual ou um diferente havendo que fazer o reembolso da parte que ficar a perder, etc…

Um outro funcionário que se identificou como sendo Responsável da Loja e chamando-se Jorge Sousa, alegando conhecer bem a lei, dizendo que isso não é verdade, que não está escrito na lei.

Pois bem, o Sr. Jorge Sousa mentiu. Ou mentiu quando disse conhecer bem a lei ou mentiu ao dizer que não está escrito na lei.

Artigo 12º

Direito à reparação de danos

1- O consumidor a quem seja fornecida a coisa com defeito, salvo se dele tivesse sido previamente informado e esclarecido antes da celebração do contrato, pode exigir, independentemente de culpa do fornecedor do bem, a reparação da coisa, ou a sua substituição, a redução do preço ou a resolução do contrato.

2- O consumidor deve denunciar o defeito no prazo de 30 dias, caso se trate de bem móvel, ou de um ano, se se tratar de bem móvel, após o seu conhecimento e dentro dos prazos de garantia previstos nos n.os 2 e 3 do artigo 4 da presente lei.

(…)

Para grande azar do Sr. Jorge Sousa, que vai levar com mais esta reclamação bem redonda no livrinho, tomei conhecimento desta lei quando eu trabalhei em part-time numa associação regional de informações sobre consumo e ambiente em Guimarães em finais dos anos noventa do século passado 🙂

E terminaram, para já, as Crónicas de Sara

Acabamos de ver agora o último episódio da primeira temporada de Terminator: The Sarah Connor Chronicles (aviso: há spoilers), a última “obra” no seguimento do brilhante filme de culto de sci-fi, The Terminator.

  • O péssimo: Carmody (mas porquê violar as próprias regras do jogo[1]?), e os murros no cimento[2]
  • O mau: Sarah Connor é a Linda Hamilton e mais nenhuma 😉
  • O bom: a história, tem bom ritmo e prende o suficiente para não se ficar com sensação de completa perda de tempo
  • O excelente: a fria e distante Summer Glau

Se conseguirem ignorar o veneno que se segue, tenham em conta que é uma continuação do T2 muito melhor do que o T3 foi (apesar deste último filme ter tido como único ponto bom, na minha opinião, o final).

Fico a aguardar pela segunda temporada. Já sem greve dos guionistas tem potencial para melhorar!

[1] Ok, depois de todo o suspension of disbelief (de que vai haver um Dia do Juízo Final despoletado pela Skynet e que robots inteligentes irão causar o maior genocídio da humanidade reduzindo-a a meros escombros sobreviventes num futuro pós-cataclismo nuclear, e onde há time bubbles que permitem viajar no tempo (desde que toda a matéria seja orgânica ou esteja envolta *suspiro* de matéria orgânica), o mínimo que podiam fazer era não só não ter enviado o crânio metálico do Carmody junto com a time bubble, como não nos chamarem de burros achando que um corpo robótico altamente avançado e resistente encontrado nos escombros de um depósito federal iria para uma lixeira em vez de algures na Área 51 ou semelhante.

[2] deitar abaixo uma porta blindada é mais difícil que arrebentar a murro uma parede de betão, e a parte orgânica das mãos continua 5 estrelas? p-fscking-lease…

Nine Inch Nails: Paguei, mas se não fosse o The Pirate Bay…

Gosto de Nine Inch Nails. Não como um fã, não sigo atentamente a sua obra, mas o que escutei até hoje, gosto.

Como tal tentei comprar o novo álbum deles, Ghosts I-IV, 5$ USD pela versão completa em MP3 a 320kbps mais uns extras, agora conseguir fazer o download… é que foi o cabo das tormentas.

Tive cerca de 3 códigos de download mas felizmente 2 deles não foram cobrados a tempo, pois como não conseguia fazer o download e o código só dava para uma tentativa, ao fim de 1 mega e pouco parava o download com um erro e o burro era eu.

Após uma última tentativa onde cheguei a conseguir trazer apenas 31MB (e que foi cobrada), fiquei sem paciência. Nem o InRainbows dos Radiohead custou tanto a descarregar, talvez em grande parte porque não foram arrogantes ao ponto de impedir o download gratuito, o que me permitiu repeti-lo até ser concluído com sucesso.

Foi então que foi ao The Pirate Bay, et voit lá… álbum inteirinho, imensos seeders (aqueles que estão a partilhar, e eram muitos mais que os leechers, que estão a sacar, apesar destes serem muitos), e passados 20 minutos tinha os 285MB do álbum. Viva o BitTorrent! Salvaram-me de ser pirateado (ter pago por um produto o qual depois não obtinha).

Seja qual for o sucesso que o Trent Reznor consiga com este álbum, seria certamente melhor se tivesse seguido o exemplo dos Radiohead quanto ao facilitismo do download. E eu tenho alguma moral para falar, uma vez que paguei 10€ pelo InRainbows em MP3!