Mais um perigoso sinal do forte declínio que as liberdades civis andam a ter pelo mundo fora. Estranhamente vinda de um partido “dito” de “esquerda”, e vemos os partidos de direita unidos aos partidos mais à esquerda a oporem-se.
O Governo Português quis obrigar todos os carros a terem um microchip espião e, apesar de exprimir algumas reservas, o Presidente da República Aníbal Cavaco Silva promulgou a lei.
O deputado centrista Abel Baptista salientou ainda que “o ‘chip’ é obrigatório e não como a ‘Via Verde’, em que só adere quem quer” e defendeu que “é necessário que a matéria seja muito bem estudada para acautelar a privacidade dos cidadãos”. “Ainda não sabemos quem vai ter acesso aos dados da matéria do ‘chip’ e ficamos preocupados com esse tratamento de dados e de como vai ser feita a localização das viaturas”, afirmou Abel Baptista, acrescentando que a questão “poderá pôr em causa a vida privada das pessoas”.
Infelizmente, de nada serve: o PS tem a maioria absoluta. Mais uma vez vejo reforçada a minha teoria pessoal de que as maiorias absolutas são como o poder absoluto: corrompem absolutamente.
Agora há que pressionar o Governo para fazer um Decreto de Lei que impeça os abusos, ou mudar o governo para alguém que prometa revogar estas leis dignas de Salazar Outrora Caído Retorna Agora Travestido Em Socialista…
Para bom entendedor, um acrónimo basta…
Já li algumas coisas sobre esta proposta à uns meses. Desde essa altura até agora, ainda não soube de nada em relação à protecção dos dados, quem é que pode aceder a eles e em que circunstâncias e se o chip vai servir para tornar os cidadãos culpados até prova em contrário – ou seja, se se poderá ter um leitor apontado numa estrada ou se essa leitura será feita apenas em operações stop.
Se a intenção é facilitar a verificação da realização da inspecção e evitar falsificações, não me parece que o chip vá ajudar. E terá o chip a informação guardada ou servirá apenas para identificação e posterior acesso das forças da autoridade aos dados? De qualquer das maneiras, dar a volta a isso não deverá ser muito difícil, penso eu (de que).
E cá para mim só vamos saber quando sair o Decreto de Lei, já pronto a comer e calar, como qual facto consumado.
Dar a volta não deverá ser muito difícil (umas boas voltas de papel de prata e já está — no joke, really!) só que se fores apanhado… vai certamente doer.
Se a matrícula for de plástico, colocar a 750W no micro-ondas durante 30 segundos e deve bastar 🙂
Mas o chip vai ter dados pessoais? Não deverá ter só a matricula, que funcionará como chave primária para as tabelas que cada entidade terá?
É a diferença entre
1) por os polícias à olhar pras matriculas dos carros e para uma lista de matriculas de carros roubados
2) um receptor que lê automaticamente as matriculas e compara com a tabela de carros roubados e imediatamente diz que o carro é roubado.
No primeiro caso, quando os polícias encontrassem o carro na lista ou concluíssem que não era roubado já tinham passado mais 50 carros, no segundo caso é imediato e podiam ir logo atrás do carro roubado.
O problema de privacidade não é de dados pessoais mas sim de o Estado ficar com meios para poder perseguir electronicamente o cidadão.
De notar que para a maioria dos carros saber onde o carro está em cada momento equivale a saber onde está o seu dono.
O 1984 do George Orwell não era suposto ser um manual de instruções…
Esta media na minha opinião é benéfica porque traz uma serie de vantagens, desde o controlo de fluxo de tráfego, portagens entre outras…
Mas claro que as medidas de segurança a serem implementadas devem ser objecto de um estudo bastante aprofundado, não vá um tipo com uns conhecimentos mais aprofundados conseguir esta informação para seu beneficio…
Já não é a primeira vez que se vêm ideias muito boas irem pó galheiro devido à má implementação ou devido a medidas de segurança da treta.
Mas se o carro não vai camuflado, qual a diferença de ter alguém a ver o carro no local ou uma máquina que sabe que ele lá esta?
É o que eu digo, quem não deve não teme e não vejo que diferença faz alguém estar a ver se o meu carro lá está ou um sinal dizer que ele lá está.
Em resposta ao pessoal que tá a dizer que isto serve para localizar as pessoas, isto é um chip não é um transmissor de GPS, para obter a informação é preciso estar a uns metros do veiculo. Informem-se acerca do funcionamento do RFID.
Os tipos da Brisa só sabem que o carro passou na Via Verde naquela hora, mas não fazem ideia do local da autoestrada onde o carro se encontra, podem fazer uma ideia com estimativas, mais nada,
“Quem não deve não teme” é um argumento muito idiota quando há o problema de:
.
Quanto ao senhor do “informem-se acerca do funcionamento do RFID”, informe-se você.
Qual é o problema de ter uns sensores em cada esquina ou de X em X dezenas de metros?
E quanto ao RFID do leitor da Brisa, é opcional, e não tens de estar com ele sempre disponível (podes retirar a bateria quando não estás na auto-estrada, envolver num material bloqueador do sinal, etc…).
Se neste chip espião que estão a querer meter tentares cancelar temporariamente o sinal, provavelmente podes ter problemas sérios com a autoridade (no mínimo semelhantes aos de ter um detector de radar).
Acresce que também há a vontade de tornar obrigatória a presença de um localizador GPS nas viaturas.
Agora associem os dois e pensem um bocadinho, vá. Dêem uso aos neurónios.
Em resposta ao senhor Rui Seabra, quanto ao funcionamento do RFID deve pensar que é qualquer um que acede à informação que lá esta. Se estiverem implementadas certas medidas de segurança não conseguem descodificar a informação muito facilmente.
E quanto à localização através de GPS já existem empresas que prestam este tipo de serviço. Se a viatura for roubada é possível saber onde ela anda e não só.
O que eu digo é, estas implementações são boas porque simplificam muito as coisas, mas não devem ser implementadas ás cegas. As coisas devem ser feitas com pés e cabeça.
P.S – Para quem está tão preocupado com a segurança também não deve usar cartões de credito no supermercado e afins, usar caixas multibanco, telemóvel ou telefone, Internet e por ai fora…. É que basta pensar ainda mais um bocadinho para perceber que não é preciso dar uso ao GPS para refazer os passos de uma pessoa…
Há e quanto à conversa da Via verde, você desliga o receptor e paga como – dinheiro ou multibanco…
Espero que não seja por multibanco…. 🙂
RFID? Acho que já está mais que provado que isso é tudo menos seguro. Se o tal chip tiver alguma informação que seja, basta um caramelo qualquer fazer uma pesquisa na net para conseguir ler os dados e duplicá-los. Depois o coitado que foi obrigado a por o chip no automóvel vai ter uma dor de cabeça daquelas…
http://www.google.pt/search?q=rfid+hack&ie=utf-8&oe=utf-8&aq=t&rls=org.gnu.gnuzilla:pt-PT:unofficial&client=firefox-a
http://www.google.pt/search?hl=pt-PT&client=firefox-a&rls=org.gnu.gnuzilla%3Apt-PT%3Aunofficial&hs=JaQ&q=rfid+crack&btnG=Pesquisar&meta=
http://www.google.pt/search?hl=pt-PT&client=firefox-a&rls=org.gnu.gnuzilla%3Apt-PT%3Aunofficial&hs=6Fl&q=rfid+problems&btnG=Pesquisar&meta=
Estas três pesquisas deverão conter razões suficientes para não se usar RFID – digo eu, que não sou nenhum expert em segurança
Acham então que é grave haver maneira de saber, por exemplo, os vossos dados do seguro, mesmo que fosse só com base na matrícula?
@Miguel
Se qualquer pessoa poder saber isso, claro! É uma violação clara do direito à privacidade.
E mesmo que só as forças policiais possam ter acesso à informação, não o devem fazer quando estão parados num sítio qualquer com um leitor apontado para a estrada. Assim estamos a partir do princípio que todos são culpados até prova em contrário.
Caro Bruno, então visita http://www.isp.pt/NR/exeres/019EEB91-E357-4A7C-8BD2-B62293701692.htm e coloca lá a matricula do teu carro.
Como vês a informação até está acessível a toda a gente. Porque não o podem fazer com um leitor apontado para a estrada? Já o fazem quando te mandam parar e te pedem para mostrar os documentos. Simplesmente deixavas de ter de parar em operações STOP.
Não gostei de lá ver o número da apólice do seguro. Fora isso, não vejo qualquer problema em mostrar qual é a minha seguradora (que é das melhores em Portugal e tem uns preços muito porreiros).
Achas mesmo que é boa ideia teres um leitor apontado para a estrada quando vais a passar? Eu não gosto de ser considerado criminoso até prova em contrário.
Esta situação do número da apólice será algo a rever quando renovar o seguro. Tenho que ler com muita atenção o contracto.
E quando a BT te manda parar e te pede os documentos também te está a considerar um criminoso?
===OFF TOPIC===
Contrato, sem o c. Em inglês é que é contract.
A Distortion Field I sense.
Inspecções de rotina e operações stop não acontecem porque nos consideram criminosos. Se fosse assim, todos os dias, em todas as estradas, haviam operações stop. Elas são boas para nos lembrar que, quando não cumprimos a lei, nos lixamos.
Aliás, Reality distortion field. Como não presto atenção à Apple, não estou familiarizado com o termo.
E os radares fixos?
Se eles são colocados em zonas onde não existem relatos e/ou provas de excesso de velocidade, condução sob o efeito de álcool e outras ilegalidades, então estão a partir do princípio que as pessoas são culpadas até prova em contrário. E isso está errado!
Acho que alguém me anda a entender mal…
A ideia não é má se for implementada com o devido cuidado. É simplesmente mais uma medida de monitorização que se vai juntar a outras.
J a se sabe que o RFID têm falhas e é possível explora-las, mas é como tudo, No caso de um disco ou uma pen com a informação em plain text qualquer tipo a vai conseguir ler, mas quero ver se a informação estiver encriptada com chaves seguras quero ver que é que a descodifica se não tiver o equipamento/conhecimento etc…
Se vamos começar com a mania da perseguição ninguém chegava a sair de casa e andava sempre com um maço de notas no bolso, a pé e sem telemóvel.
Se queremos que as coisa evoluam para melhor não é a mandar postas de pescada e a dizer mal que vamos lá, para além de apontar defeitos temos também de apontar alternativas.
Ricardo, mas quando se fazem as coisas, convém que elas sejam bem ponderadas e ainda melhor aplicadas. O meu medo é que aconteça o contrário, como aconteceu com a reforma do sistema de saúde, por exemplo.
Pois, infelizmente essa é a situação que ocorre mais frequentemente do que devia.
É o que dá ter políticos à frente das “tropas” em vez de pessoas especializadas a trabalhar nas coisas.
Para chegarmos ao ponto do parecer de uma comissão técnica ser posto na gaveta simplesmente por não ser favorável já diz muito do tipo de governo que temos…
Ena tantos…
O problema não é a informação que lá está, é o tracking dos cidadãos. E este é um passo nesse sentido.
É por isso que é mau.
Não se trata de adquirir um serviço a uma empresa, mas sim do Estado controlar cidadãos.
Isto é péssimo numa sociedade democrática, mas bastante útil a uma sociedade fascista.
Não se não tiver nenhum chip localizador via GPS (porque não basta ter GPS, é necessário existir um registo mais além).
Sim, simplificam muito saber onde está o fulano Y.
Para além de continuamente revelares que não entendes qual é o problema, revelas ter uma dose bastante grande de teoria da conspiração.
A realidade é que vais ser obrigado a pagar um novo imposto cujo principal defeito é permitir que sejas seguido pelo Estado.
Parabéns.
Isto é demagogia. Eu posso adquirir um telemóvel que ninguém sabe que sou eu e funciona na rede.
Eu posso levantar dinheiro vivo e gastar no que bem me apetecer. Até posso ir apenas uma vez por mês.
Mas se tentar impedir o Estado de me seguir, vou ter problemas graves.
Pela conversa até parece que vai haver leitores RFID em cada esquina…
Mas que raio de conversa a vossa..
Qualquer tecnologia é passível de ser utilizada de maneira menos própria tendo conhecimentos e tempo para isso.
Qual é o problema agora? O raio do chip na matricula? Não me façam rir..
Se todos pensassem como alguns de voçes, ainda hoje vivíamos como os Flinstones!
Tempo livre a mais é o que dá…
A malta que acha que estou a ser um velho do restelo deveria parar um bocadinho para pensar em quais é que são os pontos positivos para os cidadãos em serem obrigados pelo Estado a pagar um imposto que é obrigatório, e que não lhe trás vantagens nenhumas, e que tem um potencial de abuso extremamente elevado.