O Governo prepara-se para lançar medidas extremas contra os cidadãos sob o pretexto de ter que fazer alguma coisa para proteger a indústria dos extremistas do Copyright, e o recente momento de comédia circense lançado pela SPA, logo acalmado por uma resposta a seu gosto pelo Governo, não passou de um fait divers para distrair do facto que estes têm sempre operado em conluio, no mínimo nos últimos anos, sendo que certamente apenas o receio da resposta da verdadeira Sociedade Civil tem refreado medidas mais extremas desde então.
Segundo a Agenda Portugal Digital (3.1.5 na página 6) e as Grandes Opções do Plano (5.11.8, na página 41) ambas publicadas no último dia do ano passado, o governo vai legislar contra a partilha de ficheiros, estender a cópia privada ao contexto digital (contínuo sem perceber porque para os políticos o compact disc digital audio não pertence ao contexto digital, deve ser porque em inglês se escreve digital, que é muito diferente), bem como remodelar o direito de autor já com efeitos práticos em 2013.
Sendo conhecido o conluio mencionado e demonstrado ao longo dos anos, como se explica o momento circense sem ser para enganar o povo que não estejam de acordo?
Já está prometida a entrada no Parlamento para este mês, o que significa que o Governo não esteve minimamente interessado em consultar a Sociedade Civil sobre o que pretende mudar nem está minimamente interessado numa harmonia no espaço europeu uma vez que se quer antecipar a alguns estudos que decorrem na UE, talvez porque não sigam em linha com todos os interesses gananciosos deste poderoso lobby.
Quando a SPA berra bem alto “SALTA!” e o Governo, pela voz do Secretário de Estado da Cultura Barreto Xavier, responde em concordância “é para já, quão alto?” só se podem temer os resultados…