É preciso ter uma distinta lata, apesar de admitir no Parlamento que a Cópia Privada nada tem a ver com pirataria, sempre que pode na comunicação pública lá espeta o termo para gerar um sentimentozinho de piedade para com as pobrezinhas das supostas “vítimas”.
Eu sei que “é apenas uma injeçãozinha”, mas a chulice pegada do #pl118 vai muito além de “um paliativo”, constitui-se num verdadeiro bailout às desnecessárias (e algumas em vias de falência caso não caia “um paliativo” à custa dos consumidores) entidades de gestão de direitos, em nome de um princípio extremamente dúbio, para dizer o menos.
Não, não existe nenhuma cabala contra vocês. Não são as vossas ameaças(o “cala-te senão eu bato” no último parágrafo) tão típicas de um bully colegial perante os alunos mais fracos que nos assustam. Ao contrário de muitos dos vossos associados, que temem com alguma razão represálias, não dependemos de vocês para nada.
Gostava também de vos dizer que fico muito surpreendido com a vossa lista de “apoiantes” (também sei usar aspas, viram?) do #pl118, que afinal não passou de uma conversa telefónica a tentar revalidar um abaixo assinado de há mais de um ano, e que mesmo assim suscita tantas dúvidas que são confirmadas (António Pinho Vargas achou abusivo terem incluído o seu nome sem autorização e Alexandre Soares também, bem como outros que refere, talvez também José da Ponte e Nuno Rebelo entre, suspeito, muitos outros).
Como devem ter reparado, não exibi surpresa nenhuma por 20 desses subscritores fazerem parte dos vossos órgãos sociais. Admirar-me-ia era se eles também não se revissem no #pl118! Afinal, os membros dos órgãos sociais devem ser solidários com as entidades a que pertencem, certo?
Ou se calhar também fazem parte desta cabala esquizo-paranóica!?
Portanto os vá, pouco mais de 80 iniciais e mais alguns vão sendo contactados pela comunidade de protestantes contra o #pl118 para saber a sua real posição. Não levem a mal! Mais uma vez, não é uma cabala, vocês é que se puseram a jeito para a falta de confiança, desde o início da polémica, ‘tá bem?
Queria ainda (se calhar estou a arriscar alguma ingenuidade de que ainda me estejam a ler…) pedir-vos um enorme favor. Parem de falar de pirataria, downloads e outras utilizações não autorizadas das obras… sabem perfeitamente que não é disso que trata o #pl118 mas quando falam com as pessoas menos informadas e lhes falam em pirataria, elas não pensam em cópia privada (aquilo pelo que gostariam de receber, e receber, e receber…) mas sim em fulanos com pernas de pau, pala num olho, papagaio ao ombro, e uma espada na mão a degolar uma pobre donzela no navio acabado de acostar.
Se me telefonassem a dizer que é uma petição para acabar com isto, talvez eu também assinasse.
Voltemos ao tema…
Ao contrário do que vocês julgam, não somos só nós a saber fazer as contas. Os jornalistas também as sabem fazer: Projeto de lei da cópia privada tem taxas que são das mais elevadas e abrangentes da UE (bravo, Hugo Séneca). E apenas quem esteja totalmente alheado da realidade não percebe que se um produto base fica 20 € mais caro quando a margem já é inferior a isso, então é claro e evidente quem é que vai pagar esse custo, já que operamos num mercado livre: nós, os autores que vão guardar as suas obras nalgum dispositivo de armazenamento digital. Nem interessa qual, vão todos ser taxados…
Já-me alonguei demais. Há que deixar algo para outras pequenas obras minhas e estou com sono.
Boa noite, e boa sorte. Por este andar já só com… “$ort€”…
Gostava de conhecer os argumentos que a pombinha tem para defender o abusivo #pl118 mas até agora só vi uma actuação digna de razzie para pior atriz a fazer um papel de paciente de esquizofrenia paranóica.
Podia demonstrar argumentos, mas não. Continua a ler os talking points que algum argumentista de segunda lhe passou em jeito de instruções (qui ça pagas?).
E que tal um artigo no seu blog onde apresente argumentos sérios e acompanhados de estudos científicos ou económicos que defendam esses argumentos?
Ou será que nem isso existe? 🙂
Sabemos que não. O #pl118 apenas existe para garantir o bailout de entidades sanguessugas da sociedade, quais vampiros a sugar o dinheiro cobrado em taxas em nome dos “pobres” autores, artistas, etc.
Pois bem, a sociedade da informação tem muitos mais autores e artistas etc… Do que aqueles que são representados por essas… Entidades.
Não aceitamos ser chulados para que existam chulos a ganhar com o nosso trabalho, quando a maioria de nós não quer receber pelo que escreve, nem tem a expectativa de receber, nem quer financiar esses monstros num ato ganancioso de injustiça.
Está a ser cúmplice de um ato de mancha do bom nome mas que não me belisca.
Você e os seus cúmplices cúmplices fingem que respondem com surpresa a palavras e expressões que nunca foram ditas por mim. Estão com isso a indiretamente “colocar palavras na minha boca” sugerindo um diálogo que não existe nem nunca existiu, onde as suas respostas e as dos seus cúmplices parecem demonstrar surpresa com alegadas declarações minhas que nunca existiram exceto no vosso plano.
A única coisa que vos salva de um processo crime é que eu defendo a liberdade de expressão, preferindo por isso acusá-la aqui de demonstrada má fé.
Pequeno problema, o DRM, vulgo Digital Restrictions Management, não funciona na prática.
Investem-se milhões de € naquilo que não passa de banha da cobra mágica que cura os males da pirataria (hmm estilo Diácono Remédios).
Então para assustar o cidadão, criam-se leis como a European Union Copyright Directive, transposta na lei 50/2004, que promete duras penas (até 3 anos de cadeia), por contornar o DRM.
Mas se o DRM não funciona tecnologicamente, no mundo digital, se pode ser lido, pode ser copiado – basta descobrir o segredo ofuscado com DRM – então o que e que está a fazer?
A resposta e simples… A maioria das pessoas não quer arriscar cadeia.
Como tal, sujeitam-se a correr os programas que implementam DRM perdendo direitos consagrados por lei (como por exemplo, a cópia privada), ou então não os correm e perdem o acesso às obras.
Eu praticamente deixei de comprar CDs por causa disso, e DVDs então nunca mais.
Perdi o acesso legal aos DVDs que tenho na estante e que os comprei a todos com o seu fantástico DRM mais a lei 50/2004.